Coprocessamento, uma solução ideal para resíduos industriais
Com o coprocessamento, resíduos industriais se tornam combustível de fornos de cimento.
Indústrias de todos os portes podem destinar seus resíduos para a geração de combustível
Cada vez mais, as ações ligadas à sustentabilidade e a necessidade de gerenciar de maneira eficiente os resíduos gerados pelas indústrias, se tornam desafios crescentes no mundo todo. A prova de que não é mais possível gerar resíduos e transformá-los em lixo, sem pensar em uma forma de reaproveitamento, é evidenciada quando analisamos os eventos climáticos mundiais, como o aquecimento global.
Pensando nisso, a Organização das Nações Unidas (ONU), criou o documento “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, com pilares que devem ser cumpridos pelas empresas em busca de soluções eficientes para salvar os recursos naturais do nosso planeta e diminuir os impactos atuais do consumo e da produção.
Entre os 17 pilares dentro de ODS, vale destacar os dois principais interligados às indústrias: o consumo e a produção responsáveis e, também, o pilar de indústria, inovação e infraestrutura.
O que os dados apontam:
- Segundo dados do painel de resíduos sólidos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), são gerados mais de 700 milhões de toneladas de resíduos industriais por ano.
- A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abelpe), aponta no estudo Panorama de Resíduos Sólidos de 2022, que o Brasil produz cerca de 80 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos por ano. Deste volume total, 39% ainda têm uma destinação inadequada e são levados para aterros onde levam dezenas de anos para se decompor.
- Os resíduos são um enorme passivo ambiental para o planeta e representam risco para a saúde e para o meio ambiente.
- A urgência do tema no Brasil, levou a criação da Lei no 12.305/10, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) que tem o objetivo de impulsionar o gerenciamento responsável dos resíduos sólidos no país.
- A PNRS estabelece objetivos na gestão dos resíduos sólidos no país, como a redução na geração de rejeitos, impulsionamento da reciclagem e da reutilização de materiais, além da inclusão social dos catadores. Para isso, a lei estabelece hierarquia na gestão destes materiais e exige plano de gerenciamento dos municípios.
Para que as empresas consigam se adequar aos desafios mundiais, uma das soluções que vem ganhando espaço no mercado é o coprocessamento. Ele surge como uma abordagem inteligente e estratégica para lidar com resíduos industriais de maneira responsável.
Entenda, a partir de agora, quais os aspectos da sustentabilidade que estão correlacionados ao coprocessamento.
1. Coprocessamento apoia a economia de recursos:
Ao utilizar resíduos industriais que poderiam ser incinerados, como combustível na produção industrial, o coprocessamento contribui para a conservação de recursos naturais. A substituição de combustíveis fósseis, como o petróleo, por resíduos industriais significa menos extração de matérias-primas não renováveis, uma solução que é urgente no cenário atual. Essa economia de recursos naturais fortalece a sustentabilidade a longo prazo das operações industriais.
2. Oferece menor impacto ambiental em momento crucial:
Antes de tudo, o coprocessamento envolve a utilização de resíduos como combustível alternativo em processos industriais, geralmente, na produção de cimento. Logo, podemos entender que, esses materiais são incorporados de forma controlada em um processo produtivo e ganham nova utilidade. Reduzindo a demanda por recursos naturais e diminuindo a pegada ambiental ligada à produção convencional – é assim que o coprocessamento atua.
3. Ajuda a reduzir as emissões de gases de efeito estufa:
Além de reduzir a dependência de combustíveis fósseis, o coprocessamento também pode diminuir as emissões de gases de efeito estufa ao utilizar resíduos como fonte de energia. Dessa forma, a indústria contribui para a mitigação das mudanças climáticas, que são fruto do aquecimento global, alinhando-se aos objetivos mundiais de redução de emissões.
4. Viabilidade econômica para as empresas
O coprocessamento é uma solução que vai além dos benefícios ambientais, ele pode, sim, ser uma alternativa economicamente viável. Vale destacar que a utilização de resíduos como combustível alternativo pode gerar economias nos custos de produção, o que também traz benefícios para a saúde financeira das companhias. Outro ponto importante é que, ao optar pelo coprocessamento, as empresas evitam punições e multas significativas que podem ocorrer por meio de uma destinação incorreta dos resíduos.
5. Economia Circular como fechamento do ciclo de vida:
Para finalizar, o coprocessamento é uma técnica que está alinhada com os princípios da economia circular, onde os resíduos são recursos valiosos. Quando se recupera resíduos industriais no processo produtivo, fecha-se o ciclo de vida dos materiais, evitando o desperdício sem destino.
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