Economia circular: o que é e como funciona
Você já deve ter escutado bastante o termo “economia circular”, mas será que entendemos de fato o seu significado?
Antes de falarmos sobre o que é a economia circular e os seus objetivos, precisamos entender o motivo pelo qual a economia mundial busca uma transformação na forma que produzimos e consumimos. Para isso, vamos explicar o sistema de economia linear, modelo predominante desde a Revolução Industrial, no século XVIII, até os dias atuais.
Economia Linear x Economia Circular
Nesse sistema de consumo, a produção segue um caminho em linha reta, passando por etapas bem definidas: extração de matérias-primas, fabricação de produtos, consumo e, finalmente, o descarte.
Os desafios dessa economia são evidentes e vivemos na pele em escala global: a crescente escassez de recursos naturais, o acúmulo de milhões de toneladas de resíduos, frequentemente descartados de maneira inadequada e a poluição gerada em rios e mares.
Por outro lado, a economia circular surge como uma resposta inovadora e necessária para enfrentar essas questões. Ao propor um equilíbrio entre a economia, sociedade e meio ambiente, esse sistema incentiva a redução de resíduos, o reaproveitamento e a destinação sustentável.
Economia Circular e seus conceitos
Agora que entendemos a importância, conseguimos ir mais a fundo sobre o que esse sistema proporciona para a sociedade como um todo. Os pilares que sustentam esse conceito são três:
Eliminar a geração de resíduos e poluição
O primeiro pilar foca na eliminação de resíduos e poluição desde a origem. De acordo com a Agência Brasil, o país gera aproximadamente 80 milhões de toneladas de resíduos por ano, dos quais apenas 4% são reciclados ou destinados adequadamente. Esse dado alarmante reflete a urgência de repensar o ciclo de vida dos produtos.
Nesse contexto, a economia circular promove a sustentabilidade desde a extração de matérias-primas até a concepção dos bens de consumo. A ideia é criar produtos com maior durabilidade, que possam ser facilmente reciclados ou coprocessados ao final de sua vida útil, evitando assim o acúmulo de resíduos e a degradação ambiental.
Promover a circulação de produtos
Indo de encontro com o pilar anterior, a economia circular incentiva a máxima utilização e reaproveitamento dos produtos, evitando que sejam descartados prematuramente após o consumo.
Esse princípio visa reduzir a necessidade de fabricar novos produtos, o que, por sua vez, diminui o consumo de recursos naturais e energia, além de reduzir os impactos ambientais. O foco está em prolongar a vida útil dos produtos por meio de reparos, reuso e reciclagem, criando um ciclo contínuo de valor e utilidade.
Regenerar a natureza
Por fim, a economia circular também se preocupa com a regeneração dos ecossistemas naturais. Isso inclui iniciativas para restaurar habitats, preservar a biodiversidade e minimizar os impactos ambientais causados pela atividade industrial. A meta é criar um equilíbrio sustentável entre o crescimento econômico e a preservação do meio ambiente, promovendo práticas que não apenas mitigam danos, mas também contribuem para a revitalização dos recursos naturais.
Realidade no Brasil
No nosso país, a economia circular também está em pauta. Neste ano, foi instituído pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) o Decreto Nº 12.082, de 27 de junho de 2024, que fala sobre a Estratégia Nacional de Economia Circular (ENEC). Os objetivos do decreto visam:
- Criar ambiente normativo e institucional favorável à economia circular;
- Fomentar a inovação, a cultura, a educação e a geração de competências para reduzir, reutilizar e promover o redesenho circular da produção;
- Reduzir a utilização de recursos e a geração de resíduos, de modo a preservar o valor dos materiais;
- Propor instrumentos financeiros de auxílio à economia circular;
- Promover a articulação interfederativa e o envolvimento de trabalhadoras e trabalhadores da economia circular, por meio:
Outra ação elaborada pelo Ministério da Fazenda é o Plano de Transformação Ecológica, que visa “promover uma mudança nos paradigmas econômicos, tecnológicos e culturais em prol do desenvolvimento a partir de relações sustentáveis com a natureza e seus biomas, de forma a possibilitar a geração de riqueza e sua distribuição justa e compartilhada, com melhoria na qualidade de vida das gerações presentes e futuras”.
Na estrutura do plano, a economia circular foi considerada no 4º eixo, como ilustrado na imagem abaixo.
Fonte: Ministério da Fazenda
Onde entra o Coprocessamento?
Como vimos anteriormente, a economia circular surge como uma resposta para promover a sustentabilidade ambiental em um mundo cada vez mais consciente da necessidade de preservar os recursos naturais. Um dos processos-chave dentro desse modelo é o coprocessamento, uma prática que desempenha um grande papel na redução de resíduos e na promoção de um ciclo produtivo mais sustentável.
O coprocessamento é uma tecnologia utilizada mundialmente como destinação adequada e ambientalmente correta para eliminação de diferentes tipos de resíduos não recicláveis, como pneus inservíveis e biomassas. Por meio dessa tecnologia limpa, os resíduos são completamente eliminados, gerando energia para a produção de cimento.
Dentro da economia circular, o coprocessamento se alinha perfeitamente com os três pilares principais: a eliminação de resíduos, a maximização do uso de produtos e a regeneração dos recursos naturais. Ao incorporar resíduos no processo produtivo, o coprocessamento evita a geração de novas emissões de poluentes e minimiza o impacto ambiental.
A Verdera promove a economia circular no Brasil ao capacitar diversas empresas a adotarem o coprocessamento de resíduos, transformando materiais descartados em recursos valiosos para a produção industrial, e, ao mesmo tempo, contribuindo para a sustentabilidade.
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Referências
https://itr.ufrrj.br/determinacaoverde/economia-circular-o-que-e-e-como-funciona
https://economiacircular.fiesp.com.br/avancos-regulatorios.html
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